quinta-feira, 22 de setembro de 2011

NOVO ESTADO BRASILEIRO

O sonho do novo estado do São Francisco completa 161 anos
No último mes de de julho, (19) completaram exatos 161 anos em que foi proposta a criação do Estado do Rio São Francisco. Uma proposição do deputado João Maurício Wanderley, o Barão de São Francisco, que já sonhava com a criação do novo território, abrangendo inclusive áreas do norte de Minas, entre elas os municípios de São Romão e Paracatu.
Portanto, esse sonho não é coisa dos “gaúchos”, como políticos baianos apregoam. Foi primeiro o sonho de um barrense, patriota, que queria ver desenvolvido o seu torrão natal, secularmente abandonado pela província mãe. O Barão de Cotegipe foi um político à frente do seu tempo, um visionário, um intimorato, abolicionista de primeira hora, homem que soube contrariar seus contemporâneos da planície. Deve ficar a lição.
A vila de Urubu, escolhida pelo projeto como a Capital da nova província, deveria então emancipar-se e chamar-se União. Hoje pertence ao território do município de Paratinga.
O vereador Valmor Mariussi foi pesquisar no Centro de Documentação da Câmara dos Deputados esta história, que deve referenciar a ação dos políticos atuais, como a deputada Antonio Pedrosa, uma voz solitária que se levanta em defesa do novo estado. Perde o voto de alguns baianos, mas ganha a respeitabilidade de quem defende o bem comum.
O baiano separatista foi ministro do Império por diversas vezes, é um dos autores da Lei dos Sexagenários, que liberta os escravos maiores de 65 anos. João Maurício Wanderley (23/10/1815-13/2/1889), o barão de Cotegipe, nasce na cidade de Barra do Rio Grande. Forma-se pela Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco, e entra no serviço público. Filia-se ao Partido Conservador da Bahia, elegendo-se deputado provincial em 1814 e deputado-geral no ano seguinte. Preside a província da Bahia entre 1852 e 1855, tornando-se senador em 1856. Participa de vários gabinetes e dirige o Ministério da Marinha em 1855. No dia 19 de julho de 1850 propõe a criação do Estado do Rio São Francisco.
A futura capital da Província, município só 47 anos depois.
Em meados do século XVII, já existia uma aldeia na região do médio São Francisco, localizada à margem direita do mesmo rio, numa fazenda de criação de gado do Conde da Ponte, Antônio Guedes de Brito. Haviam currais de gado, o que contribuiu para fazer da aldeia, ponto de passagem e pousada de boiadeiros e viajantes que iam rumo às Minas Gerais, ou em sentido contrário, às terras da Bahia.
Aquela localidade chamava-se então Urubu de Cima. O comércio de gado, a abundância de peixe no Rio São Francisco.
A bucólica Paratinga de hoje, poderia ter, se capital do São Francisco, mais de um milhão de habitantes?
Francisco e nas inúmeras lagoas da região, a fertilidade das terras e outros fatores naturais, fizeram crescer a população. Suas fazendas de gado e plantações, estendem-se nas áreas cobertas de matas virgens, no Rio São Francisco, estreitando os laços comerciais e sociais com as comunidades vizinhas.
Em 1718, o arraial foi elevado a Freguesia com o nome de Santo Antônio de Urubu de Cima. Em virtude de já existir uma imagem deste Santo na Capela local. Em 23 de março de 1746, D.João, Rei de Portugal após consulta ao Conselho Ultramarino da corte lusitana, ordena ao Conde da Galveas, André de Mello e Castro, a criação da Vila de Santo Antônio do Urubu, instalada pelo Ouvidor Francisco Marcolino de Souza em 27 de setembro de 1749, desmembrando-se de Jacobina com a denominação de Urubu. Em 7 de dezembro de 1760 deu-se à Vila o privilégio de Oficiais de Justiça e Pelouros. Em 1823 o Ouvidor Francisco Pires de Almeida Freitas a pretexto de uma epidemia que agravava na Vila, conseguia do ministro do império, mudar a Justiça e Cartório de Urubu para o arraial de Macaúbas por força da portaria de 17 de dezembro de 1827, de onde só retornaram em 1834 após diversas representações da população local. Em 1830 instala-se na Vila de Urubu a primeira Escola Pública.
Em 25 de junho de 1897 a Vila de Urubu foi elevada a categoria de cidade através da Lei Estadual Nº 177. em 13 de junho de 1902 foi fundada a Sociedade Filarmônica 13 de junho, entidade que permanece viva e atuante na vida social, cultural e religiosa do município. A denominação Urubu perdurou até 1912 quando o deputado Muniz Sodré apresentou projeto, convertido na Lei Nº 884 mudando o nome do município para Rio Branco e finalmente em 1943 outro Decreto Estadual Nº 141, altera o nome para Paratinga, palavra de origem Tupi-Guarani que significa Rio Branco.

O município de Paratinga está localizado no oeste baiano, na margem direita do Rio São Francisco, com uma população estimada em 27.679 habitantes, sendo 18.612 residentes na zona rural e 9.067 residentes na sede do município, sendo 14.053 homens e 13.626 mulheres, segundo o Censo 2000 realizado pelo IBGE que ainda apurou uma taxa de alfabetização de 72% na população acima de 10 anos.
Localizado a 724 Km de Salvador, 72 Km de Bom Jesus da Lapa, 65 Km de Ibotirama, o município limita-se ao norte com Ibotirama, ao sul com Bom Jesus da Lapa e Sítio do Mato, ao leste com Oliveira dos Brejinhos, Macaúbas e Boquira e ao oeste com Muquém do São Francisco.

Divulgado Por Falando Pelo Tempo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos a sua participação!

A ascenção das multidões e o enredo arruinado da política brasileira

  De maneira crua, tenho alertado as figuras do mundo político com as quais lido no meu dia-a-dia no sentido de que o povão está se rebeland...