De maneira crua, tenho alertado as figuras do mundo político com as quais lido no meu dia-a-dia que o povão está se rebelando e exige da classe política um passo atrás para entender essa rebelião democrática.
A ascensão das multidões tem ganhado incrementos rapidamente. No entanto, os profissionais da política não têm acompanhado essas mudanças com a mesma proporção que deveriam. A ascensão das multidões que passo a conceituar, pode ser estudada pela política e pela sociologia, logo, utilizamos para se referir ao aumento da influência direta do povo nas decisões sociais e políticas. No Brasil, essas características foram intensificadas especialmente com o acesso amplo à informação, à internet e às redes sociais, que possibilitam uma comunicação instantânea e a criação de movimentos sociais de formação
Esse enredo arruinado da política brasileira surge de um quadro marcado pela fragmentação política, pela polarização e por uma crise de confiança nas instituições e muito mais das figuras políticas. Nos últimos anos, o Brasil passou por uma série de escândalos de corrupção e instabilidade governamental que, somados, abalaram a alteração dos políticos e das instituições. Essa perda de confiança e o desgaste do cenário político desenvolvido em um ambiente em que os "multidões" ou a voz popular exercem um papel mais influente, mas também mais caótico, na governança do país
Aspectos das ascensões das multidões
e do impacto na política brasileira
Fragmentação
e polarização: O voto é meu, e dele eu faço o que eu quiser! Com
um número cada vez maior de vozes e demandas surgindo das redes sociais e da
mídia, a política se torna cada vez mais fragmentada e polarizada, dificultando
a formação de consensos. A internet possibilita o surgimento de bolhas
ideológicas, onde as opiniões são reforçadas em vez de desafiadas.
Participação direta e a representatividade
Numa democracia
representativa, o povo elege representantes para atuar em seu nome e tomar
decisões complexas, assumindo que esses representantes possuem preparos, acesso
a informações estratégicas e condições de deliberar sobre questões de maneira
racional e informal. No entanto, com o aumento das possibilidades de
participação direta por meio de redes sociais, petições online e movimentos
sociais, muitas pessoas começaram a questionar a necessidade e até a eficácia
desse sistema representativo. Isso se intensificou, especialmente no Brasil,
devido a uma série de crises políticas e escândalos de corrupção que abalaram a
confiança nas instituições e nos representam dele.
Neste aspecto reside um dos
maiores desafios. A participação direta permite que a população se manifeste
sem intermediários, buscando uma conexão mais próxima entre as demandas do povo
e a formulação de políticas públicas. No entanto, essa abordagem anda desconexa.
Massa e políticos não se entendem. Fingem que entende, mas na real estão acuados
e sem ter a chave de saída.
Esse momento exigiria um
consenso, porém todos se recusam. O resultado disso será bem estranho. É
possível dizer que a classe política está desesperada e sem força de reação. Daí
então, melhor se fazer de cego e esperar pela sorte. A mais provável seria o sumiço
de políticos que não se adequar ao novo momento das massas.
Dito isso, a desinformação e a manipulação surgem como cortina de fumaça e defesa, arruinando ainda mais, construindo assim uma barreira enorme entre políticos e eleitores
A ascensão das multidões no Brasil tem o potencial de transformar a política e a sociedade, mas também levanta questões sobre até que ponto essa nova forma de participação popular pode ser controlada e direcionada para o fortalecimento da democracia
As decisões políticas envolvem muitas variáveis. O processo direto, por sua própria natureza, torna mais difícil alcançar consensos, especialmente em questões complexas e polarizadoras, como decisões emocionais e impulsivas, manipulação e desinformação
Vira um caos político essas decisões sem prudência.
Uma das críticas frequentes é que os representantes eleitos acabam se
distanciando das necessidades e demandas reais de seus eleitores. Esse
distanciamento gera insatisfação e desconfiança na população.
Quando os representantes são mais específicos em seus próprios benefícios ou em grupos específicos, a representatividade perde sua função principal de atender o interesse coletivo. Esse problema é agravado quando escândalos de corrupção são frequentes, como aconteceram com muita frequência
Contudo, surge a necessidade de se buscar equilíbrio. Algumas soluções estão sendo discutidas e até inovadoras em diferentes países para tentar conciliar a participação direta com a representatividade
► Consultas Públicas e Referendos: São formas de consulta direta para questões específicas, permitindo que a população vote em temas relevantes sem subverter completamente o sistema representativo.
► Audiências Públicas: Essas ferramentas promovem a interação entre a população e os representantes antes de decisões importantes, criando um espaço de diálogo e aliviando a carga de responsabilidades.
►Tecnologias Digitais e Governança Eletrônica: Algumas cidades e países experimentam plataformas digitais que permitem uma participação direta em questões locais ou em decisões cotidianas do governo. Esse modelo pode ajudar a tornar o sistema mais responsivo sem perder o caráter representativo e surge um leque de afinidades entre político e eleitores
►Iniciativas de Orçamento Participativo: O orçamento participativo permite que a população decida diretamente sobre a aplicação de parte dos recursos públicos em áreas prioritárias, aumentando o sentimento de responsabilidade e engajamento nas decisões
Pois bem! Que se manter vivo na sociedade argumente com ela. A democracia participativa e a democracia representativa podem coexistir e se autocomplementam. Um equilíbrio entre essas duas forças pode tornar o sistema político mais legítimo e responsivo, atendendo tanto à necessidade de eficiência e estabilidade quanto à vontade de participação popular direta
Bom, não se sabe tudo! Mas uma sequência de fatores tem nos avisado que as pessoas estão cada dia mais na defesa de si. Isso remete a mensagem de que elas são por elas mesmas, mas não são tão assim igualmente pela classe política.
Por Redovagno Ribeiro
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