Por Redovagno Ribeiro
Foto da Internet
Era
08 de novembro de 2007 quando o Município de Pilão Arcado anunciava a abertura
da 3ª rodada de Concursos Públicos para selecionar profissionais a preencherem
juntos o quadro efetivo de servidores de Pilão Arcado.
Os
candidatos que se apresentavam para concorrer aos mais diversos cargos, só não
contavam com uma das mais difíceis tarefas de ser vencida. Só tinham a certeza
que além de se dedicarem aos estudos, precisavam dá o melhor que precisava
Pilão Arcado.
Um
Titanic preste a naufragar trazia aos quadros municipais uma lista de
profissionais. O gestor que organizava o certame marcou o evento para conferir
posse aos candidatos aprovados, abria ele um livro de 100 folhas para mudar a
história dos aprovados, à época, anotava o calendário, era 31 de março de 2008.
Arquivo Pessoal
Até
aí tudo era só mar e luz. Só não sabiam
os nomeados, que em um oceano tudo de ruim e inesperado poderia acontecer. A
pedra que furaria o casco do resistente Titanic se chamaria Decreto 2.9.6 de 24
de setembro de 2009.
Tinha
nas profundezas do Oceano outras espécies ainda sem se conhecer. Tinha TAC,
tinha depoente, e tinha gente chamando gente de analfabeto. Era uma tempestade
sobre o Titanic, digo, Concurso de 2008.
Um
depoente que acusou um dos tripulantes, dizia em sua obra impensada, que um dos
sofridos remador era analfabeto e não poderia ter se posicionado na lista dianteira
da embarcação do sofrimento. O mais estranho é que o acusador e acusado tem
pontos incomuns, ou quem sabe, distintos e estranhos.
O
acusador se atreveu a chamar um entre os tripulantes, de analfabeto, alguém que
não sabia ler, para esse tripulante, o acusador emitiu grau de escolaridade
atestando a sua intelectualidade. Das duas, uma verdade será provado, ou o
acusador emitiu documento falso, ou o acusado não é analfabeto, vez que em seu
bornal anda o mapa de estudo, com notas que o credenciou para o ingresso no
certame.
O
dito mapa oceânico, equivaleria a sua prova material para vencer as águas
bravas e provar a sua incômoda situação de réu.
A
manifestação 296 enumera uma listagem quase maior que toda a tripulação que
buscava salvar a si e toda a sua família através daquele concurso público. Definitivamente,
o direito líquido se tornava ali um asteroide duro de se quebrar. Era pois, nem
líquido nem certo, era incerto.
A
lista transcreve uma rajada de considerações, entre elas uma suposta Ação Civil
por impropriedade de autoria do MP para apurar irregularidades no trânsito do
Titanic. Relata entre outras coisas, Ofício do TCM, Processo Licitatório, Sumiço
do Livro de posse, aquele de 31 de março de 2008 e tantas desconsiderações que
aos poucos são destruídas pelos processo transitados, 000129.15.2008.805.0194 e
0000424-18.2009.805.0194.
Em
peça extraordinária de 26.09.2013, a procuradoria municipal não sei se por
descuido ou porque a maré começava a se voltar contra a acusação, esta,
encaminha cópia do Livro de posse ao Juiz da Comarca, espatifando de vez a peça
296, em especial a antepenúltima consideração da manifestação.
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Instados a se defender
por quase uma década, os tripulantes do incansável mar de agitação, debruçam-se
dentro de um emaranhado de aguas
revoltas e ainda indomável. A pesca por papeis e documentos achados pela
estrada vão se formando a cada dia um amontoado de processos e discussões sobre
o tema.
Recente, o mar se abriu
por onde outra vez Moisés pode surgir. É que há sinalização clara de que os tripulantes
seguirão sua rota atrás de provar a sua sorte antes atingida e assim reescrever
seus nomes no Livro de 31 de março. Os comandantes, se enfrentarão noutra empreitada
com os piratas para porem à mesa da
Justiça a verdade.
A essa altura, não se
sabe mais quem defende ou acusa, se quer os tripulantes fora do barco, ou se
querem a condenação da organização do certame.
Fato é que, agora cada um seguirá
seu destino, uns dizem outros respondem, mas por hora os decepados são os que
estudaram e até então, esmagados.
O mar continua
afregelado, mas já se avista terras secas do lado de lá, resta saber quem terá
sucesso depois do desembarque do Titanic que em breve se atraca ou afunda.