segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Retrocessos que não impediram nossos avanços políticos e sociais.



Redovagno Gomes Ribeiro
24 de agosto de  2015


"Caro leitor, você está à pá de expedientes que foram fundamentais para o cenário montado para a contagem dessa história".

Cremos que a sociedade pilãoarcadense mesmo vitimada pela falta de instrumentos básicos que são basilares para o avanço da vida em comum, não se descuidaram de insistirem nos avanços que nos coloca no mesmo patamar de cidades de portes bem maiores. Numa sociedade cada vez mais ativa e atenta aos seus direitos, cabe a nós dos rabiscos casuais defendermos o rompimento de fatos políticos e sociais que oxigenaram a nossa esperançosa comunidade a avançar a cada dia.

O que expomos a partir de agora, poderá ser objeto de insignificância para alguns, mas por óbvio, será deflagrado por outros como exposição positiva e que marcaram os tempos da nossa única cidade chamada Pilão Arcado. Somos ímpares então, ao menos nisso.

Pilão Arcado não pode mais ser vista como uma cidade pacata e alheia aos olhos do nosso imenso Brasil. Se há algum tempo Pilão nem aparecia no mapa geográfico brasileiro como impropriamente alguns falavam, hoje não se tem mais espaço para esse tipo de argumento de beira de fogueira de São João, de pescador ou coisa e tal.

Não estamos mais diante de um enigma a redescobrir. Pilão Arcado já amadureceu, não pelo fato de seus mais de 200 anos, mas pelo decaído pensamento coronelista que querendo ou não, fomos todos vitimados, e que agora está em contagem regressiva.

Nesta tela bem que poderíamos dizer que ainda vivemos sitiados a um sistema político desastroso, mas não. Não sei se pela ânsia de liberdade de uma vida melhor ou pelo seu amadurecimento, é certo que rompemos vários momentos intrigantes, mas felizmente, temos hoje alguns avanços.

Aliás, data vênia, nosso artigo faz um curtíssimo rebate aos que denigrem de uma forma ou de outra, as duas famílias, que senão as mais importantes, mais foram as que estiveram na bancada dianteira de Pilão Arcado desde a sucumbência da velha cidade. Refiro-me aos Porfírios e aos Ribeiros, como são conhecidos no esplendor dessa cidade. Não queremos dizer que estaríamos num hospício se não fosse a existências dessas duas famílias. Mas é imprescindível começarmos por aí.

Ultrapassada essa ressalva, vamos aos fatos, todos contundentes, diga-se de bom alvitre, para justificarem nossos avanços, objetivo maior do nosso rabisco. Fatos que determinaram os avanços políticos a Pilão Arcado.

Não veremos por aqui o desempenho individual de cada uma das administrações públicas que se passaram e prosseguem até hoje. Seria importante acrescentar seus legados e retrocessos. Mas entendemos que um baixo nível em condução administrativa, que faz minguar a educação e a nossa infraestrutura geral, está abaixo dos temas relevantes que fizeram a nossa firmeza enquanto cidadãos. Isso parte do princípio pessoal de cada governo que não conseguiram saí das cordas dos seus aliados, nem tão pouco fez implantar um governo com vieses republicanos e coletivos. Portanto, matéria distante da nossa fala.

Fato I – Ribeiros e Porfírios

Não sou pai da informação, nem as gerei; sequer teria eu o poder espiritual de soprar e as terem feito surgir, como surgiu Adão e em seguido Eva, o primeiro casal. Mas é sabido que essas distintas famílias tinham entre-se uma rivalidade política e de disputas no fervor da busca pelo poder. Agiam sempre dentro da respeitabilidade e com olhares sempre voltado para os avanços que mais tarde viriam a ser percebidos.

Com significados distintos e com viés políticos, mantiveram-se opostos no campo político por muitos longos anos. Ao final, decidiram pela aproximação. Cair-se-ia aí o primeiro fato histórico e nasceria um grande avanço político.

Se alguns não veem aí um relevante momento para a história pilãoarcadense. Outros, para o bem social da nação, devem agradecer ao tempo pela inesperada aproximação, que no fundo, faz história e bem a todos aqui de Pilão. Em termos políticos, até pode ter sido apenas a semente que germinaria a chegada ao poder. Porém, o efeito disso é bem superior aos olhos dos que defendem a grandeza de uma democracia, que não pode ser infértil.

Fato II – Instalação da Comarca e Zona Eleitoral

Parece menos importante, mas definitivamente não é. Antes dessa sincronização judicial chegar a Pilão Arcado, tínhamos que nos deslocar até a Comarca de Remanso, nossa cidade coirmã, para termos acesso aos serviços cartorários em geral.

Escrituras, casamentos, reconhecimentos cartorários, assentamentos de nascimentos e de casamentos teriam que passar pelo firmamento do Fórum de Remanso Bahia. Com um tempo para as exceções que ocorriam, em decorrência da existência de cartórios particulares na cidade de Campo Alegre de Lourdes e alguns poucos de apenas assentamentos, na Vila Baluarte, Salinas de Santo Antonio e Nova Holanda.

Com a instalação da Comarca ainda no Governo Zé Lauro, a comunidade passou a buscar e enxergar seus direitos. Apesar da necessidade de melhorias, muitas demandas judiciais trouxeram conforto e agilidade nas vidas dos nossos bravos irmãos ribeirinhos.
As disputas eleitorais tomaram visibilidade e traquejo. Ficamos tão interessados ao comando do executivo que prefeito chegou a perder seu mandato graças à coragem e esforço de cidadãos que testemunharam a prática inadequada de se fazer política. Essa situação ficaria comprovada conforme determinou a Sentença advinda da Representação de nº 51/2004 de 20. 02. 2006, do Juiz Zonal Roberto Paranhos do Nascimento, que tinha como reclamante a Coligação, União, Ação e Democracia. Foi o nosso segundo avanço real.

Fato III– A Lei da Mordaça

Vista por milhões de brasileiros na telinha da Globo e tema do primeiro Livro do Escritor Guarabira Queiroz Lima, parece ter servido de lição a nossa Casa Legislativa. Iniciava-se ali o tempo do ouvir.

A bem da informação, a Lei da Mordaça tinha a nítida intenção de coibir os trabalhos da Paróquia Santo Antonio. Tais trabalhos paroquiais, eram na direção do acesso compartilhado das informações legislativas. As equipes da Igreja comandada pelo Pároco Guilherme Mayer, tinham o cuidado de visitarem a Casa. Era uma luta do Legislativo contra a Igreja que abriam fissuras nas duas esferas representativas da sociedade.

Com a possibilidade de ser rechaçada pela imprensa especialmente pela ABERT, a Casa recuou consideravelmente. Ouviu aquela repercussão e passou a entender que não havia mais espaço para tanta infantilidade administrativa. Nos dias atuais, é quase unanimidade a ideia de transmissão do exercício parlamentar por ondas de rádio. Um serviço necessário.
Assim, Deus ilumine o Pároco Guilherme e Guarabira Queiroz, soldados da agradabilíssima ação que botaram a Casa nos trilhos. Nascia ali um dos maiores avanços sociais e coletivos da nossa ex pacata comunidade ribeirinha. Era o terceiro avanço.

Dizem muitos renomados cientistas que quando descobrirem de fato a origem do universo, que eles supõem que seja o Big-Bang, aí então eles poderão penetrar na mente de Deus. Estranho né? Por este ângulo, digamos que foram fortes orações somadas ao Livro, A Lei da Mordaça Jamais Será Cumprida, que a Casa livrou-se de um drástico tema de repercussão nacional. Por relevância à matéria, pode se afirmar que o Padre Guilherme falou com Deus.

Fato IV – Alternância de Poder

Executivo

No Executivo, talvez a esfera mais criticada na atualidade, houve importantes avanços. Se você acha contraditória a nossa imaginação, é possível que esteja equivocado. No campo do tão generoso bem comum de fato os poderes pretéritos não ofereceram muita coisa não, seque houve na prática alternância de poder. Era de modo ilustrativo um jogo de ping pong. Vez vencia um lado, vez o outro.

Recorro a elementos que muitos desprezam, mas não se pode esquecer que; apesar da Chefia do Executivo sempre ter tido contornos dos Ribeiros e dos Porfírios, mesmo assim, a democracia suportou os péssimos momentos e deixou alguns excelentes para a nossa comunidade.

Os porfírios chegaram ao Poder por ocasião da vitória do Então Prefeito José Lauro Teixeira da Rocha, e mais, por consequência do não entendimento político dos Ribeiros com o falecido Ex Prefeito Heraldo Mangueira até então, base política dos Ribeiros, tendo ele sido eleito graças ao Imortal João Ribeiro do Vale.

Os Porfírios souberam bem aproveitar o desentendimento entre Mangueiras e Ribeiros. Fizeram um governo razoável por longos 17, quase 18 anos. Não fosse o interrompimento precoce do mandato do mais jovem Prefeito da nossa história política Wagner Teixeira Santana, teriam sido 20 anos.

Aquela interrupção flagrou um novo tempo para Pilão. Sem imaginarmos, naquele momento crescia-se a proximidade do DNA político dos Porfírios e dos Ribeiros; juntos elegeram o bancário Roberto Alves Martins, esse, é tido como não um excelente governo, mais aquele que abriu os olhos da comunidade. Ensinando-os, o que seriam direitos e deveres. O medo e o formato coronelista de governar sofreria ali um duro golpe. Felizmente a sociedade passava a se organizar em busca de seus valores.

Dois avanços ocorreram naqueles curtos 23 meses e 07 dias, estendidos entre  o dia 23 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2008.

Reafirmando, de fato amadureciam ali uma grande parcela trabalhista de Pilão Arcado, entre eles, os nosso professores que não mediram esforços por melhorias salariais e estrutura de trabalho. Seria o primeiro de dois avanços daqueles anos de bronze.

O segundo avanço dos anos de bronze, bem que poderiam ser de prata; pela sua abertura democrática, foi a vitória de Martins com o apoio de um dos Xodós do então mandatário José Lauro.

João Ubiratan Queiroz Lima voava obstinado a ir em busca da cadeira de Prefeito. Seu inicial universo na qualidade de Xodó de José Lauro, de quem fora vice prefeito por três vezes, não lhe garantia o Diploma de Prefeito. Razão porque desembarcou dos Porfírios, digo, de José Lauro e foi se somar a Ribeiros e Roberto Martins.

Deu certo seu voo. Tanto deu certo que pousou por duas vezes na tão sonhada cadeira de prefeito. A mesma que Wagner Santana tinha chamado de Cadeira do Diabo certa vez em um discurso em praça pública.

Dizem que citar demônios traz azar, se isso tiver conotações com a verdade, talvez os anjos dele tenham dito amém. João foi o primeiro prefeito a sacudir o país de norte a sul da nossa história política. De forma negativa entramos para o rol de cidades corruptas. Coisa que precisa ser reparado. O Programa Laranjas do Sertão, visto e revisto nos deixou perplexos pela sua natureza vertiginosa.

Mas em fim, surgia-se ali na prática, o amadurecimento democrático de Pilão Arcado. Democrático por que João Ubiratan, deixava seu seio familiar politicamente para cumprir a sua trajetória, sonho que o acompanhava desde menino, assim ele mesmo enfatizou em seu discurso de posse no Cargo de Prefeito em 1º de janeiro de 2009. Portanto, sonho que se tornou realidade, determinado por Deus, até porque, o mesmo sonhador, viraria prefeito por duas vezes. Este é o nosso quarto avanço político. Avançou tanto que não há mais impedimento para um cidadão se tornar prefeito. Venha ele de onde vier. Não importa a família ou partido.

Legislativo

Sequer tinha expediente normal até a metade da década de noventa. Como se novidade fosse, aquela Casa foi sendo sufocado pela legislação nacional e passou a se adaptar às realidades brasileiras.

Fez seu Regimento Interno e Aprovou a Lei Orgânica Municipal, que muitos dizem que é uma fotocópia da Lei Orgânica da crescida cidade de Ilhéus na Bahia, e, as pôs em prática. Mais tarde estruturou a carreira de seus servidores, incluindo-se aí Procuradores e Assessores Parlamentares. É a única Casa Legislativa com 13 Vereadores da região.

A Edilidade tinha uma cultura inarredável. Jamais seus componentes elegiam seu presidente se este fosse de primeiro mandato eletivo. Novato de Casa jamais podia ocupar o mais alto cargo do Legislativo, o de presidente da Mesa Diretora. Falar disso por lá seria uma ameaça aos decanos da Casa, deles com até seis mandatos presidenciais. Era caso de rompimento político. Isso quebrou, ou melhor, escacalhou. Isso se chama amadurecimento da democracia.

Se tornou realidade com a eleição de Marcos Aurélio Silva Evangelista, presidente da Casa entre 2007 e 2008. Em seguida avançou ainda mais com a primeira mulher presidente da Casa, Clécia Rodrigues da Rocha, já em 2011 e 2012, por consequência do afastamento de Carlos Alberto Rodrigues da Silva. Sepultou, pois, a prática, com a inédita eleição de Thaísio Rodrigues Ribeiro, oposicionista que chegou ao comando da Augusta Casa aos 22 anos. Isso são momentos que nos faz respirar novos tempos. Sua chegada ao cargo teria sido por conta do medo que o Governo Participativo tinha de se tornar coadjuvante de alguns rebelados aliados e prestes a tirar o comando do Legislativo.

Como diz o ditado popular. “Perdido por perdido, perdido por muito logo”. Assim teria ordenado o Governo. Joguem o anzol vê que peixe se pesca. Era essa a situação. Mas isso só a título informativo, pois só o tempo dirá quem pescou o melhor peixe. Até agora a democracia vem vencendo com larga vantagem.

Neste longo processo de amadurecimento duas situações voltaram a expor de forma negativa a imagem da Casa. A denúncia ao Vereador Everton Luiz por suposta quebra de decoro, por que segundo o reclamante ele recebia sem trabalhar, o salário de Servidor Público. Foi um fiasco causado a Câmara. Parecia que a vigência da Lei da Mordaça estava de volta. Para a sua sorte, foi corrigida imediatamente pelo Judiciário que reconduziu o Vereador. Lembrar isso por lá ainda tira o sono tanto de quem votou pela cassação quanto daqueles que foram pela absolvição.

A outra foi bem inusitada. A Câmara perdeu seu presidente após reclamação de seus pares na justiça, alegando super carga no Parlamento, que ao invés de 09, 13 Senhores Edis. Caiu ali quatro Vereadores, entre eles o presidente Carlos Alberto Rodrigues da Silva. Esvaziava-se ali o plenário, quanto aos repasses constitucionais, permaneceram imexíveis.

Ainda que existam as insatisfações e a ânsia por melhorias sociais, houve avanços que a história jamais apagará. Essa foi a colaboração de momentos que a política fez e desfez. Porém, serviram de alicerce aos poucos avanços que ainda temos.

Sabe-se que da boca das pessoas sai muito a frase: Pilão parou no tempo e não tem mais jeito. Olhando de forma geral têm razão aqueles que falam isso. Só não temos razões para afirmamos que os olhares não estão diferentes. Ativos e afetos a uma boa infraestrutura, o povo começa a praticar ações que engrandecem a eles próprios.

Não se sabe qual será o resultado do pleito de 2016. Mas uma certeza que virá, será a ausência de um Porfírio no poder. O atual mandatário é mestre em articulação, porém não demonstrou nenhum projeto político para a partir de lá emplacar um membro próximo com a rubrica Porfírio a lhe suceder.Tai a sua maior fraqueza, creio eu. Fraqueza que talvez o faça distante do poder a partir de 2022. Será algo surpreso para quem lutou por vários anos.
Algo anuncia que mesmo depois de tantos anos longe do comando do Executivo.

A supremacia dos Ribeiros continuará viva na política. Isso por dois motivos lógicos e vistos a olho nú. O primeiro porque construíram um patrimônio eleitoral que até hoje lhes restam ao menos um representante no comando da política dos Ribeiros, o segundo porque não carregam a maldição de péssimos gestores. As críticas aos mais de vinte anos ao Governo do então Prefeito João Ribeiro do Vale, são bem humoradas e não passam de declamações e versos que revivem o pai da malha viária de Pilão Arcado.

Ao contrário deles, os Porfírios vacilaram. Por conseqüências chegaram ao poder e por elas sairá novamente. Esses erros não serão mais reparados. Talvez seja aí o pecado maior do Governo Participativo. Esqueceu-se de construir seu patrimônio eleitoral. Isso lhes fará muita falta, e o pior, causará arrependimento talvez. Correm o riso de caírem até no esquecimento. Para nós, será uma pena, nossos professores chegar a esse ponto. Tomara que não, até porque, fizeram história. Antônio Gomes de Lima seu maior líder, já não existe mais para rejuvenescer os planos e ir a luta. Coisa fácil para ele quando desbravador e conselheiro das famílias de Pilão Arcado.

São visões que não tiram o brilho dessas duas famílias que resistem ao tempo e faz render bons tempos ao currículo político de Pilão. São rabiscos que desde a reinauguração de Pilão, que, seria reinstalada em Mandarino se tivessem sido a gosto do Padre João, que nos dá o prazer de sermos pilãoarcadenses. O gentílico mais lindo e quer queiram, quer não, está estampado no mapa geográfico brasileiro e ninguém lhe pode estranhar.

Aliás, a dor e as lágrimas derramadas quando da mudança de Pilão Arcado para onde está sua sede hoje, também não se apagam. O Governo Federal nos traiu. Pilão Arcado velha, jamais fora inundada como alegou Emílio G. Médici, por via do Decreto nº 73.418/1974, para nos expulsar de lá. Seu objetivo era outro. Quer seja, a geração de energia. Mas para isso, foi obrigado a nos tirar o prazer de morarmos às margens do imenso Rio São Francisco.

Dois anos antes, o mesmo mandatário brasileiro autorizava a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco a construção da Barragem de Sobradinho, isso fora no dia 10 de fevereiro de 1972, pelo Decreto 70.138/72, começava ali a mudança de endereço da sede municipal de Pilão.

Por lá ficaram a nossa belíssima Igreja de Santo Antonio de Pádua, o pico do amor, o cruzeiro que abençoava a cidade, a pedra do remanso, e tantos outros palácios históricos, que quando os olhamos, as lágrimas voltam a cair.

Ruínas e restos de construções e até do cais, nos olha como se dissesse; volta pra mim. A maior vítima foram nós que a décadas estamos sem ouvirmos juntos a brisa do Rio São Francisco.

Para nosso bem, em vinte curtos dias de governo, Edinália Borges de Santana Antunes, nos deu o prazer de visitar aquela sofrida e desabitada cidade. Foi ela quem reabriu a estrada que beirando o rio, vamos até lá rever o rastro de destruição e de saudade.

Pois bem, entre avanços e retrocessos, ainda nos resta dizer. Sobrevivemos a tudo isso e hoje somos quase quarenta mil cidadãos que enfrentam a vida como se nada de ruim tivesse existido.

Ok Pilão Arcado, entre Ribeiros, Porfírios, Silvas, etc, etc, você é a nossa maior paixão. Habita com presteza todas as famílias. Estamos com você!!


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O suvaco do Brasil

Redovagno Rbeiro - Agosto de 2015.

Uma piada de mau gosto que conta a diferença entre a bíblia do crente e a bíblia do católico, serve de escora para o nosso título. O fictício inventor expõe o que chamaríamos de ataque ao direito e a liberdade à religião, afirmando que a diferença entre ambas é que supostamente a bíblia do católico fede a mofo por perpetuar sobre a estante de casa, a do crente, fede a suvaco, porque segundo a piada, vive debaixo do braço do obreiro por toda a vida. Se assim for, daqui por diante é possível entender que o Brasil inteiro cheira a suvaco. No entanto, que fique claro. Isso aqui não passa de uma ilustração bem apropriada para o tema.

No princípio, o Brasil conviveu com a escravatura, ação repugnante e ditatorial sofrida pelos negros principalmente, isolando-os de qualquer possibilidade de crescimento. Suas forças braçais eram armas fatais utilizadas pelos nobres da época, para perseguirem tudo e a todos sem piedade. Eram eles as máquinas do sucesso dos coronéis e fazendeiros, que mais tarde numa cartada de princesa cairiam.

Era do trabalho escravo que vinham os recursos para assegurar os impérios políticos daquele período. Para a nossa sorte, veio a Princesa Isabel que mesmo sofrendo ataques resolveu conferir alforria a muitos brasileiros, digo, africanos daquele tempo negro que todos conhecemos, vivo até os dias de hoje. É pena que Isabel se foi, e não se escuta falar até o momento, em ninguém que tenha a posse da sua encorajada luta,o que seria para o bem geral do Brasil, o espólio libertador de Isabel.

A tarefa de servir aos senhores elitizados, geralmente os grandes fazendeiros, ricaços e coronéis da época, era atribuída aos escravos, homens e mulheres que existem nos dias atuais, sendo usurpados dos seus direitos básicos. Existem tanto sitiados como legalizados por um sistema político que os abarca e lhes retém o direito a liberdade. Assim, eles eram geralmente tidos como verdadeiras máquinas de produção e prestadores de serviços ao povo nobre daquela ocasião sangrenta. Por esse viés, pouco tem mudado. 

No Brasil ainda precisa surgir muitos Moros e Joaquins para que um dia a segunda parte da escravidão seja de fato extinta. Por certo não será tarefa fácil, vez que, os que escravizam hoje são lobos disfarçados de cordeiros.

Com a revogação da lei da escravidão pela Princesa Isabel como dissemos, de lá para cá, quase nada mudou no Brasil. O vai e vem das forças sopram a favor dos ventos, ventanias que sempre vão na direção dos atuais coronéis disfarçados de bonzinhos, e de um coração igual ao dos antigos senhores de engenho. Com um aperitivo a mais. Hoje eles são bem mais duros na queda.

A corrupção tem se tornado tão visível, que acabara de ser interpretada como uma coisa natural na vida das pessoas. Essa sim, escraviza todos. A corrupção é hoje a pena de morte dos pretos, pardos, brancos, amarelos, e, atinge de morte as camadas mais pobres.

Certo dia enfrentei uma discussão a respeito da compra de votos. 

Disse a um conhecido meu que a compra da consciência se dá em função do dinheiro fácil que vem exatamente de setores organizados com uma visão de poder pelo poder. O pior é que apesar das exceções, esse desvio de conduta se constrói dentro da maioria das administrações públicas de todo país escravizando todos nós. Claro que minoritariamente, mais ainda há exceções, homens de bem.

Digo isso porque ainda não vi e jamais veremos, uma pessoa encher seu bornal de dinheiro com seu próprio salário e sair distribuindo às pessoas nas praças ou nas comunidades. Quando essas senas são vistas, possam ter a convicção de que antes houve a velha prática da corrupção.  

Escuta-se muito a frase; estou quebrado. Abram os olhos. Essa voz que tu escutas, é como se eles avisassem a nós que, ágil como um gato, irá à luta digladiar dentro da sua área a fim de conseguir um novo recurso para a compra de novos escravos, apoios e continuar quebrando o país, este sim, quebrado de verdade.  

Enquanto isso e com asas incansáveis a bater, voam o mais alto possível tentando marcar território e manter sob seu suvaco em escandalosa corrupção, os escravizados de hoje.

Num fedor invisível e como um ar sem cor, a troca de favores rola solta. Essa é a estrada sem semáforo por onde caminha a 120Km/h a senhora corrupção. Rasteira e fatal. Não erra um alvo. Como bala perdida, derruba a educação e sepulta a saúde. E nós? Nós, continuemos sempre presos a suvaqueiras se quisermos passar bem. Ou! Passar mal. Com uma boca amarga como fel, estamos aqui, a espera de 2016 e que uma benção aconteça para nos salvar até lá.

Invencíveis como um lajedo daqueles que há milhões de anos são atacados por ventos, água e inférteis homens, estão as correntes de boa vontade, relutando e fugindo da armadilha suvaqueira.  

Mitigando inocentemente os filhos de Noé, esses talvez nem esperem muito por alforria. Quanto a estes, resta o pensamento curto e sem luz futura, a espera de apenas simples ofertas de sobrevivência que mal dar para amenizar um pouco da fome, que estraga sonhos e encurtam vida.  

Fica uma indagação. Será que os filhos de Noé alcançará um novo momento na vida? Talvez sim! Quando a arca estiver construída serão eles ali abordo, enquanto que os proprietários suvacais, serão remetidos de verdade para reporem aquilo que eventualmente tenham usurpado da sociedade perene. Lava Jato que os diga.

A nossa contrapartida aqui rascunhada, é possível que sirva de campo de extração de ideias e programas de contenção da ganância de algumas pessoas, a quem devemos ainda que impossível, perdoá-las. Elas não sabem o que faz.

O caminho é longo para todos, não tente impedi-lo. Ninguém será capaz de manter por toda uma vida, por mais sagrado que seja, os obreiros do Senhor como refém. Prender a bíblia debaixo do braço ate é possível, porém ao contrário disso, não conseguirá prender o homem que admira a sagrada escritura, a não ser que você se torne o piloto e o engenheiro de uma nova arca como a de Noé.

Tarefa impossível entendo eu; porque tu não andas plantando nenhuma árvore que mais tarde te servirá de sombra e produção de ar que ventilará a você como inspiração de Deus. Recolha-te, voe para ti e dê carona aos outros. Sem corrupção. Somente assim as tuas asas renovarão sempre, e quando necessitar poderá voar com as assas dos que antes foram por ti desperdiçados.

Nessas condições, não haverá ninguém preso a suvaco, terá assim, uma revoada de coligados da ética sobre o caminho de Deus. 

Em verdade a piada antes contada é mentirosa. Infelizmente, verdade mesmo, é tantos e tantos suvacos armados para abocanhar o sonho de muitos brasileiros.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Cidadãos inúteis

Obs. Esste texto é da época das eleições, não publiquei para não parecer campanha a nenhum dos disputantes.

Não se pode dizer que a democracia brasileira não se desenvolveu. Logo temos por certo que a promulgação da Carta Republicana de 88 veio para difundir a importância da sociedade e do Brasil.

Não é demais lembrar que o amadurecimento desta adormecida democracia vem sendo ameaçada por questões partidárias e pelo fisiologismo escancarado que alimenta as instituições em todo o Brasil.

É reveladora a vontade de se repreender os movimentos sociais e a liberdade de expressão neste país. Importa aqui se dizer, que é por esta razão que a democracia se adormece, tudo em obediência a força incalculável que as instituições políticas partidárias ganharam ao longo dos mais de vinte cinco anos.

Não por expressa maioria, mas pela minoria dominadora e conservadora deste país que a sociedade vem sendo vitimada e presa ao poder capitalista que luta incansavelmente para manter em seus pés os homens e mulheres do Brasil que lutam em favor da igualdade e de novos rumos com conotações que aspirem ao tão sonhado bem comum.

As eleições de 2014 giram em torno de dois temas: o eu fiz e tu não fez e o Bolsa Família. A imprensa brasileira destaca que os principais candidatos ao Planalto em sabatina não empolga a ninguém, sobretudo porque não apresentam nenhum projeto para sacudir o país e o expor como uma das potências mundiais.

Veremos nos debates presidenciais uma enxurrada de acusações e defesas de algo que não mudará em nada a cabeça do eleitor. De forma que o ringue chegará ao final onde se falará de dois assuntos. O primeiro, o Plano Real, de quem FHC é pai e do Bolsa Família, filho adotado por Lula e Dilma mas que gerou na gestão do próprio elitizado Fernando Henrique.

Lula adotou e Dilma mantém a guarda até hoje do Bolsa Família porque não conseguiu criar o Fome Zero, seu filho que acabou morrendo por que não comeu nenhuma vez. Zero, portanto, foi as vezes que a sua barriga encheu.

Bom, o Fome Zero não decolou, levado por Lula ao cartório trocou de nome e virou o Senhor Bolsa Família; há, esse agora foi pra frente luta e vence até hoje qualquer candidato, até mesmo os movimentos sociais que buscam uma reformulação no sistema administrativo brasileiro, que são hostilizados pelo sabor do poder e pelo avanço do controle dos cidadãos inúteis. Os manifestantes brasileiros.


Redovagno Ribeiro

domingo, 15 de março de 2015

Hora um do Brasil.


O título do artigo que tento escrever parece plágio; só parece; mas não é.

Para começar a nossa fala faço um desafio aos que terão acesso a este simples texto que ora escrevo. Tentarei atiçar uma sociedade já aflita, mas que em termos mais grosseiros, podemos dizer que estão aflitos sim, estão ainda entalados e engasgados, porém incapazes de expelir uma bucha por medo de um sistema capitalista que tem se robustado ao longo dos anos.

Por ser uma pátria capitalista, as pessoas já nem sabem se criticar um governo é bom ou ruim. Isso porque na cabeça de alguns mandatários a crítica a seu governo soa  como uma ameaça a tirá-lo do poder. Sabendo ele, que terá de sair com ou sem críticas.

Chegou o dia de hoje 15.03.2015, e assistimos a um Brasil sacudindo de norte a sul. Os brasileiros a gritos clamando por ética e crescimento da nação, destacam entre vários assuntos, o repúdio a corrupção, a inoperância do legislativo, o enfraquecimento das leis e por conseqüência a força do judiciário e o enorme descontentamento com o Governo Federal.

O Impeachment, pedido das manifestações de hoje, não o vejo como a principal saída para o Brasil, a menos que os escândalos a tona, comprometessem diretamente a Presidente Dilma, aí sim, acho que de fato ela não teria condições de está a frente da nação. Mesmo assim, acho que a renúncia ao invés do Impeachment, seria o instrumento ideal para ela e para o Brasil.

Acho que a nação não merece um novo Impeachment porque seria o sangramento de um povo que tem amadurecido e crescido de forma excelente. 

O que falta para esse momento único da Pátria, é que seus mandatários entenda esse momento como a hora primeira, um novo descobrimento do Brasil, passando a pensar de forma totalmente diferente. Não basta dizer que é governo, não basta ser comandante de um Brasil, de um Estado Federado ou de um Município, precisa ser sensato ao povo e a seu futuro.

Talvez muitos que assistem a esse dilúvio de cobranças hoje nas ruas do Brasil as tenha como bobagens e falta do que fazer. Não pense assim. Tai um recado que amanhã pode lhe fazer bem.
Os movimentos e as vozes das ruas, são para a nação como uma vitamina que a longo prazo nos previne contra a robalheira e o descaramento estampado em muitos cantos do Brasil.

A hora um de hoje, deve ser vista como a espada que irá cortar a falta de educação, de saúde, de segurança e trará de volta o fortalecimento do Brasil.

Onde está a educação, a saúde, a segurança e por fim a ética que muitos falam? Ninguém as vê de forma efetiva em nenhum lugar, inclusive em Pilão Arcado todas  andam ausentes. Apesar de serem desconhecidas de nós, esses instrumentos têm se afastado do nosso meio, porque inexiste um projeto na cabeça das nossas autoridades que nos leve a hora um de Pilão.

Pensemos um pouco mais, não somos mais um povo qualquer, tidos muitas vezes como excluídos porque estão longe dos grandes centros. Daqui já se tem advogados, médicos, grandes mestres, escritores etc. Portanto a nossa hora um pode ser hoje.

Amanha, é um outro dia,  e pode ser tarde. Aproveitem o momento do Brasil e todos os cantos para refletirem um pouco mais. Não podemos sermos  impitimados  por falta de uma horinha só de reflexão.

Vamos a batalha, o Brasil será outro a partir de hoje. Contra o fora Dilma,  e a favor de um novo Brasil. Não quero morar em outro Brasil não, quero viver em um novo Brasil.

Prof. Redovagno Ribeiro






segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Além de escrever, sirvo a Deus

RIBEIRO, Redovagno Gomes.
Pilão Arcado, Bahia.

Seria eu insensato, se não reservasse um pedacinho do meu tempo para falar do livro Não Fale a Ninguém, do irmão Gleybson Santana. E, é isso que alinhavo a partir de então.

Pilão Arcado festejou durante a primeira quinzena de novembro de 2014, dois distintos momentos. No dia 13, para a nossa alegria e alento devocional a Cristo, o nosso maior homem, o amigo Gleybson Santana, fez o lançamento do seu primeiro Livro, Não fale a ninguém, em um evento para convidados na Igreja onde é vice presidente, a Assembleia de Deus Betel.

No dia 14 de novembro do mesmo ano, finalzinho da quinzena abençoada, fora inaugurada a Praça da Bíblia em Pilão Arcado, instituída a partir da Lei Municipal nº 118/14, que recebeu outras festividades como cultos em praça pública e o apaixonante Show gospel sob a batuta do cantor Mattos Nascimento.

Bom, agora vamos tentar refazer em um curto voo, uma sucinta explanação acerca da  importância do primeiro momento festivo para Pilão; o lançamento do Livro Não fale a ninguém.

Principiando nesta revoada, é preciso que se diga que o irmão Gleybson foi um homem de coragem, não só pelo fato de escrever seu primeiro livro, más principalmente pelas revelações que expôs ao público através da obra lançada.

Lá foram postas aos olhos do povo, coisas que apesar de serem triviais numa sociedade descrente, nem sempre são elas declamadas por quem as convivem ou são reféns, ainda mais escritas em livros que circulam em todos os cantos possíveis.

O autor revela que foi ofendido moralmente e sofreu preconceitos dos mais inusitados possíveis, pela sua forma e aparência quando adolescente. Lá está exposto que até instituições de ensino o encarava como sendo um elemento de incontornáveis soluções benéficas.

Não se sabia até então, que naquele corpo se residia um homem de alma e fé determinada, que mais sedo do que nunca e tão logo uma fala com Deus pôs no papel sua verdadeira identidade.
Gleybson foi perseguido até por factoide amor de uma reluzente mulher, que o pretendia como namorado, mas sem compromisso algum familiar segundo a sua própria obra. Nesta página da obra, revela até que tudo não passaria de uma tentativa de desmoralização a ser orquestrada para atingir a todo o templo. Felizmente não aconteceu e o “desfigurado” moço acabou se dando melhor.

Bom, mas isso são apenas partes que revelam a vida de um ainda jovem escritor que muito poderás contribuir para o exercício da leitura. Sabemos que não é fácil escrever, principalmente para uma sociedade tão exigente e crítica, tanto do ponto de vista construtivo como destrutivo.
Porém, seu trabalho deve significar não uma obra de marketing religioso ou pessoal, deve ser visto como uma tocha que se principia pelos caminhos do interesse pela leitura, o principal exercício para uma vida alicerçada.

Convido aos que dispensam tal exercício, a se aprofundarem mais nesse galope, a única estrada que nos leva a se interessar e saber mais sobre todas as coisas do mundo. Seja religioso ou não.
Servir a Deus, além de conquistar e seguir as doutrinas é interpretar bem as coisas, isso, possível tão somente mediante o saber ler e escrever. Gleybson é prova disso.


Parabéns a ele e a todos que têm a leitura e a escrita como aliadas inseparáveis. Cristãos honestos precisam se preocupar com a leitura, nós, estamos fazendo a nossa parte. E você?  

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

2014 de glórias ou pútrido?


O futuro a Deus pertence. E não adianta espernear. Ele fez os céus e a terra. Portando, prego batido e ponta virada. Ninguém conseguirá extrair esse prego, muito menos destruir essa obra. Bom, alguns fatos importantes marcaram as nossas memórias em 2014, algumas delas bem que poderiam ir ao sacrifício assim como esse ano que se encerra logo mais.

Atacando sem piedade as camadas mais pobres, a corrupção deveria explodir como um asteroide e desaparecer no espaço, sem deixar cheiro nem cor. É possível reconhecer que apesar do enfado de centenas de pronúncias da palavra corrupção durante todo esse ano que se encerra, ele irá nos deixar algumas lições.

Uma das lições foi a efetiva investigação da Polícia Federal e do Ministério Público que culminou na prisão de muitos, indiciamento de outros e, infelizmente muitos outros precisam ser investigados em 2015. Entendo que a prática da corrupção precisa ser enfrentada como o atual e maior pecado da humanidade. Portanto, por minúsculo que seja o ato corrupto, o indivíduo deve ser punido e se for o caso, ir ao xadrez.

Fico me perguntando como será que estão as cabeças dos magistrados brasileiros. Não sou nenhum vidente, mas acredito que todos estão preocupados com essa tsunami de informações e denúncias de corrupção.

Há de se pensar que esse tema deve ser atingido com mais rigor, no entanto, é preciso que se invista mais em educação, assim, expondo os perigos desse mal, será possível esclarecer para a sociedade jovem que, uma vez sendo corrupto, outros meliantes virão para o ringue, e aí, a corrente malvada não para de crescer.

Entendo que sobre esse insaciável tema, há um sentimento enorme de que ser corrupto não é um negocio ruim. Digo isso porque se escuta muito que, já que vai roubar, roube muito logo, assim, fica rico e mesmo que vá a cadeia, terá grandes chances de sair, seja por ter um bom advogado, seja pelo viés da Lei que ainda é falha.

Uma outra boa lição, é o clamor das ruas pedindo justiça. Nesse ponto, há um sabor bem distinto. Se de um lado o povo vão as ruas pedir melhorias na coisa pública, por outro, ao que parece, ainda não há preocupação por parte dos corruptos com as vozes roucas das ruas. Assim, ou se pune mais, ou a miserável corrupção se tornará um tema normal, a ponto de se formar outras características como disputa pelo topo da malandragem. Talvez até venha por aí, concurso para se escolher quem rouba com mais sutileza e perfeição.

Resumindo, o nível de confiança no Brasil e aí se incluiu todas as esferas de governo é muito pouco. Que venha 2015, mas que, nos reunimos sempre para dizer para nós mesmos que corromper é uma desgraça. Não pense que talvez um simples ato de favorecer alguém prejudicando outros, não seja corrupção, é sim, e deve ser punido com os rigores da Lei.

A título informativo, a corrupção pode ser definida como utilização do poder ou autoridade para conseguir obter vantagens e fazer uso da coisa pública para o seu próprio interesse, de um integrante da família ou amigo.

Em fim, fazemos das nossas profissões um êxito e um degrau alcançado, não o destrua fazendo jeitinho e arrimos que impedem a camada mais pobre de sair da miséria. Se agires assim, possa crer que, ainda que a justiça da terra não veja, a do céu não vai falhar, e você pode arder no purgatório sem saber o porque. São fortes as nossas palavras, reconheço, mas nem tudo são miasmas. 

A vida ainda tem enormes importâncias. Razão porque nesse final de ano, é o ideal momento para nos recolher e pedir ao grande criador do universo que estamos comprometidos com a celebridade e crescimento da ética, e prontos para um novo processo contínuo de relacionamento equilibrado entre toda a humanidade.

A vida é para quem se atreve a viver e não se vive aliando-se a corrupção, ao contrário, ela é um suicídio que mata aos poucos e que não tem perdão. Rico é quem trabalha e não se envergonha dos seus atos. Pobre é aquele fracassado que se rendeu ao jeitinho e à corrupção, epidemia solta no ar. Porém, vacine-se contra ela, seja um pobre rico e de valores universais.

Tenham todos uma vida abençoada e extremamente forte e preparada. Que o ano de 2015, seja de sucessos e conquistas absolutamente energizadas do Poder de Deus. Boas festas e muita tranquilidade na tua vida.

Um forte abraço – Redovagno Ribeiro – 24.12.2014.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Educação: Um instrumento para a vida que a todos pertence







Principio não elogiando ao MP, porque talvez não possuo esse cacife, mas agradecendo ao Ilustre Promotor local por tão importante ação, sobretudo em relação à reposição das aulas que possivelmente tenham sido suprimidas em função do descumprimento da vigente proposta pedagógica. É a medida mais positiva possível e todos saem ganhado, o Estado baiano já fizera isso algumas vezes antes.

Não sou o ator principal de quem se espera a melhor resposta para este tema em comento. Faço uma crítica, claro, construtiva aos pais e ao Ministério Público, a quem já me dirigi em outro momento pedindo que nos ajudasse a resgatar o prestígio da Educação. Aos pais, porque tardaram para se manifestarem e ao MP, porque ainda não apresentou a essa sociedade uma proposta que atraia todo o corpo docente, discente e administrativo, como se mostrou favorável desde abril próximo passado. Talvez, data vênia, o MP tenha esperado por nova fase, como esta manifestação que culmina nesse salutar acordo para poder agir. Por esse ângulo, a falha é de todos nós pais. Pois, a justiça precisa ser provocada, para que, a par de um fato, tome as devidas providências. Assim faz o MP, o guardião das Leis brasileiras. Nosso principal advogado, aos quais, devemos muito, e, precisamos contribui também. Fazer, o que se chama, da nossa parte.

A educação precisa ser perseguida na base de tudo, antes do sonho, para dormir com ela projetada, sob o risco de sonhar pesadelos. A educação flui positivamente quando se chama para o debate toda uma comunidade, como os pais, os alunos, os professores, pedagogos e as organizações pertinentes. Isso só é possível, se a sua largada for logo aos primeiros dias de cada ano letivo.

Deste debate, é preciso que se colha as mais diversas informações possíveis em relação a pedagogia do ensino, com ênfase para uma pesquisa de campo, para identificar seus focos e asperidades estranhas. Com isso, é possível diagnosticar as culturas e preferências regionais, princípios sagrados para a efetivação da educação. Mas não é só isso. Uma infinidade de horizontes e parceiros devem serem envolvidos, não para falar de salários atrasado ou de transporte, mas do conjunto que se arquiteta a educação.

O instrumento básico e indispensável para se chegar ao sucesso e entrelaçar todas as alinhavadas premissas, é uma Proposta Pedagógica aprovada sob a batuta de toda a sociedade educativa e civil. A proposta pedagógica elaborada e aprovada para orientar o ano letivo de ao menos 200 dias, é inarredável. Se não aprovar uma proposta pedagógica para a educação, inclusive prevendo os direitos e deveres de cada envolvido, não há, como desempenhar o papel educativo. Tudo não passará de um local tal qual um circo bem enfeitado e sem bons atores. Moral: existir só para gastar o dinheiro público com folha? Não. INVESTIR O DINHEIRO PÚBLICO para se alcançar dias melhores e seres humanos preparados.

Sem querer ser crítico a ponto de ser mal visto pela educação, eu desconheço qualquer proposta pedagógica que tenha sido aprovada durante a jornada anual de educação para Pilão Arcado. Se estivermos falando a verdade, isso dificultará o nosso maior parceiro o Ministério Público, que, se manifesta de forma exemplar.


Bom, meu comentário parte da premissa de que é preciso nos organizar e contribuir e não basta está aqui atirando pra todo lado. O poder público tem as suas falhas, mas, para sermos educados, devemos procurá-lo para as tratativas necessárias, pois a educação é de todos e salva vidas.
Vamos adiante, lápis e cadernos nas mãos e educação no coração. Abraço deste apaixonado pelas letras. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Agonia do Rio São Francisco é sêde.

RIBEIRO, Redovagno Gomes.

Pilão Arcado – Bahia – outubro de 2014.



Numa viagem a um dos momentos mais tristes e insaciáveis da história brasileira, ocorrido na segunda parte do segundo semestre de 2007, dava-se uma luta impressionante e oposta ao Governo brasileiro na tentativa de barrar as obras de Transposição do Rio São Francisco.


A decisão de não comer mais nada até que o Governo à época, o então Presidente Lula recuasse do projeto das obras da Transposição do Rio São Francisco, Dom Luiz Flávio Cappio, surpreendeu todo o mundo ao decidir pôr a sua vida em risco, em defesa das águas do rio mais importante do Brasil. O São Francisco.

Dom Luiz Flávio Cappio, emocionou a todos nós com aquela sua decisão que durou cerca de 24 dias, e, foi encerrada ao lhes darem entrada em um hospital à beira da morte. Enquanto isso, o Governo do Presidente Lua insistia em não ceder às pressões do debilitado sacerdote baiano.

Revejam e sintam o clima de paixão do Bispo de Barra, Bahia, ao anunciar o fim daqueles, sei lá, se de intragraveis dias, ou, de belíssimos dias.  Tudo aquilo em defesa do Rio, que agora, é ele quem enfrente, não por vontade própria, mas forçado pela agressão humana, a mais ardente greve de sede, que deve ter um fim ainda mais chocante que o de Dom Cappio. A morte. 

Depois desses 24 dias encerro meu jejum,   mas não a minha luta que é também de vocês, que é nossa. Precisamos ampliar o debate, espalhar a informação verdadeira, fazer crescer a nossa mobilização. Até derrotarmos este projeto de morte e conquistarmos o verdadeiro desenvolvimento para o semiárido e o São Francisco. É por vocês, que lutaram comigo e trilham o mesmo caminho que encerro meu jejum. Sei que conto com vocês e vocês contam     comigo para continuarmos nossa batalha para que todos tenham vida e tenham vida em abundância.    (Trecho da Carta de Dom Luiz Flávio Cappio – Folha de São Paulo, 20.12.2007.

Naquele ano, se por um lado, a imensa maioria se solidarizava com Dom Luiz Flávio Cappio, setores o tinham como intransigente, ao pôr a sua própria vida em risco, se opondo a um projeto que o governo o tem como a maior obra de todos os tempos. Até setores mais conservadores da Igreja achavam à época, um exagero por parte do Bispo, entendendo que a ação não tinha apego e fundamento bíblico.

 A atitude de Dom Luiz Cappio tem sido a principal força que se opõe à estratégia governamental de manipulação da opinião pública e sem essa disposição moral o assunto há muito já teria sido absorvido pelo pensamento único que o poder impõe, como vem fazendo em relação a outras questões. A repercussão do gesto de Dom Luiz é prova de que a firmeza moral, a honestidade e a solidariedade ainda contam, apesar da falta de ética dominante no país e, principalmente, nas esferas dos poderes da república. O governo e a grande imprensa ignoram ou diminuem a importância da atitude de Dom Luiz, até porque não se podem expor a uma discussão aberta quanto ao caráter ético-político da decisão de transpor o São Francisco, devido ao risco de que as verdadeiras motivações se tornem mais claras.
Aqueles que estão comprometidos com os interesses antipopulares querem que a atitude do bispo apareça como arcaica, intransigente e patética, para assim desmerecê-lo junto à opinião pública. Trata-se de uma tática tipicamente totalitária que por si mesma já denuncia a máscara popularesca atrás da qual se esconde um governo profundamente comprometido com os grupos que detêm o poder econômico. A coragem cristã de Dom Luiz, longe de ser fora de época, representa um autêntico compromisso com as causas populares, hoje totalmente abandonadas por todos os partidos políticos. Ela mostra a grandeza do indivíduo frente a uma sociedade que os poderes constituídos desejam que se torne cada vez mais degradada, para assim facilitar o trabalho de dominação. (A afirmação é de Franklin Leopoldo e Silva, professor de filosofia da USP, em entrevista, concedida por e-mail, à IHU On-Line em 20 de janeiro de 2008).
Vamos então a partir de um curto voo e sempre com base nas mais diversas matérias televisivas e de jornais impressos, contar a atual situação do Rio São Francisco. Recentemente foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação de massa que o Rio São Francisco acabara de secar a sua principal nascente.
O biólogo Humberto Mello, do Aquário do Rio São Francisco, localizado no Zoológico de Belo Horizonte, considera como um aviso o fato de a nascente do rio, na Serra da Canastra, ter secado. “As ações preventivas não devem partir apenas dos governos, mas de toda a sociedade. Há vários trechos do São Francisco em que é urgente a recomposição da mata ciliar. É importante que ribeirinhos preservem a vegetação, para evitar o assoreamento do curso fluvial”, explicou, acrescentando que os ciclos da vida dos rios podem exigir até uma década para que a vazão se recupere. (em.com.br – 26.09.14).
Longe de atribuir ao governo tudo aquilo que ocorre atualmente com o Rio São Francisco; mas é preciso que se diga que a faraônica obra de transposição das suas águas não veio no tempo exato e precedida de um projeto de revitalização que deveria ter ocorrido há umas quatro décadas atrás.
Digo isso com base numa comparação bem simples. Inicio dizendo que tudo se acaba, ainda mais se dali só retiramos e não reponhamos o suficiente para seu reabastecimento.
Falando-se do Rio São Francisco, dele infelizmente só querem a água, não dando ao seu firmamento seu necessário abastecimento. Que nada mais seria, senão um cuidado especial com as suas matas ciliares, um projeto de revitalização efetivo e capaz de impedir o despejo de lixos e erosões, além de estender todas as ações pertinentes a todos os outros rios que banham o nosso querido Brasil.
Infelizmente os cuidados necessários para com o Velho Chico estão em segundo plano. Assim que isso forem repensados de outra forma, será, pois, tarde demais.
Possam acreditar, as noticias não deixam dúvidas. A agonia já estará transformada em, o maior velório de todos os tempos, iniciado desde 1501, ano do seu descobrimento. Quer seja, a morte do Rio São Francisco causada pela sede.
Será uma tragédia. Talvez aqui esteja a explicação para o novo fim do mundo, que segundo pergaminhos será acabado por um enorme fogo. Nestas circunstâncias, por especialistas que sejam os médicos que salvaram a vida de Dom Luiz Flávio Cappio, não reverterão o coma do Velho Chico.
Por este ângulo só se tem uma dúvida. Quem vai chorar pelo Rio São Francisco? Talvez ninguém. Morreras se esticando de sede e calor sozinho e sem amigos, pois aqueles que ele ajudou a crescer serão para ele o que representa para nós hoje, as ossadas dos dinossauros que habitaram a terra há milhões de anos.
Parece um enredo teatral de um desesperado homem, mas creio não ser. Trata pois, de um filme real. A sede enfrentada pelo Rio São Francisco é preocupante e já afeta os pulmões de toda a fauna e de todos homes e mulheres brasileiras.
Se algo não for feito, a tragédia anunciada pelo Bispo Dom Luiz Flávio Cappio será concretizada. Não basta se preocupar, é urgente a necessidade de uma tomada de decisão nos moldes mais avançados possíveis, para caminhar na tentativa da salvação não só do rio, mas de toda uma futura geração.
O momento atual é precioso para estas discussões, porém tão pouco se debate sobre o tema. Falo com relação ao momento eleitoral, ausente de até um programa de governo de ambos os lados, que tenha olhares fixos para tal fim; digo, recomeço de anunciado fim de toda a nação brasileira.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Uma teia sem aranha

Num rumo certo e muito explorado, a aranha constrói a sua teia a prova de tudo. A prova de sol, a prova de chuva, e, se defende do jeito que pode. Sem nenhum curso de engenharia e sem medo de aventuras, sobem rumo acima tecendo e inaugurando seu complexo residencial com a mais alta aparência paisagista e sabedoria.

 Vista como animal quase que sem nenhum valor, a aranha fala do alto de seu condomínio impregnado de beleza e decorações, com alto e bom tom àqueles que se acovardam da escravidão da vida, dizendo que lutar é uma missão reluzente.

Pena que mesmo se preocupando em dar seu recado aos outros moradores que a olham, estes, insistem em não colher nenhum aprendizado da mestre aranha. Achando até que se trata de uma senhora que só constrói embaraço e nada mais.

Lixo embaixo do tapete é uma velha prática sabatinada na boca dos vizinhos do condomínio que aglomera vizinhos próximos à aranha. Pra lá também são varridos não só lixos, são empurrados também fios de sabedoria e de teias bem repaginadas que poderiam fazer o bem sem olhar a quem.

Conquanto, são jogadas debaixo do tapete como forma de emparedarem e impedir que aranhas do bem possam aproveitar tais linhas e construírem uma teia maior que todos os condomínios juntos. Equivaleria dizer que, as aranhas em maiores proporções e força, tomariam a posse de uma cidade inteira.

Na posição dos que entendem que as aranhas só sabem construir embaraços, fico achando que estes zangões, os temidos lideres passageiros e vencedores por influencias mínimas que podem ser lixo, estão desnorteando a sua vida, e serão desabrigados por conta do descrédito às linhas de raciocínio técnico e de boas práticas que poderiam ter aprendido com as aranhas reais.

Milagrosamente, os vendedores de prestígios que guardam o condomínio palaciano se salvam na maioria das vezes. Em contrapartida, exercem o poder de desqualificar a inteligência das aranhas. Vencem as miseráveis lutantes e forçam os invejáveis castelos aranhes a se transformarem em ruínas que só servem para entrarem para os livros de histórias, meias que sem sentidos fáticos.

Sem nenhuma proteção, nem mesmo um colete a prova de tudo, vencidos ficam os pequeninos reluzentes, navegando sem ter onde abarcar. Não abarcam porque muitas das suas canoas se tornaram alvos dos palacianos e viraram lixos atracados bem abaixo dos tapetes.

Assim, as teias que tentam desafogar livrando-se dos zangões, não conseguem ancorarem em nenhum betel, onde poderiam se livrar de ao menos, uma  descolorida força palaciana.

Nessa empreitada, ficam nômades as aranhas, apenas, fazendo histórias ainda que minúsculas, em função das suas inteligências adquiridas sem diplomas, porém fritadas no tribunal dos altíssimos detentores de prestígios.

O custo de tudo isso, é a altivez hepática, que se sobrepõe a todos que lutam numa difícil tarefa de tecer a própria vida, e a verem vencida e sem teia própria e capaz da sobrevivência natural das coias.

Ficam após tudo isso, apenas a sensação de um dever cumprido em defesa da aplicação de boas práticas. Com isso, resta apenas uma teia construída, para nada e para ninguém.

Mesmo assim, continuemos tecendo e desenvolvendo os melhores trabalhos técnicos, no sentido da boa geração e boas práticas sociais, assim como faz a aranha.

Busquem, não se pode abdicar jamais do direito à quebra do muro que empareda as coias, defendeis as coias e uma boa vizinhança, para que aqueles que têm a legitimidade do poder, possam adotar as melhores políticas para o desenvolvimento sociocoletivo.


E assim sendo, sois aranhas ou não, é certo que outros tapetes palacianos cairão sobre nós, e como lixos seremos tratados, porém reciclados e diplomados, prontos, para fazer da fraqueza força e do isolamento anjos que jamais perderão a batalha. 

Aos 94 anos, Padre João nos deixou. Ele era uma das pessoas mais queridas em Pilão Arcado

                                 Padre João - Foto cedida pela Paróquia de Bom Jesus - PI Johnn Anthony Mayers , mais conhecido como Padre J...